sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Menu de Cervejas - HEINEKEN
Quando e onde: Holanda, desde 1873 (ai, um bebê!)
Teor alcóolico: só 5,0%
Sabor: ai, sei lá. Agora eu acho tudo leve, antes achava tudo forte... vou dizer que é "consistente"
Preço: Intermediário entre as outras que já mostrei.
Além disso, vale ressalar que a Heineken aqui é transportada de carruagem nos trilhos do bonde, atrasando este mesmo, que vinha atrás (mas não saiu na foto) e nem sequer buzinava chamando os cavaleiros de antas. Podre de chique!
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
De bureaucratie
Olha, eu tenho muito pouco a reclamar dos holandeses até agora. Vale ressaltar que convivo muito pouco com eles (porque a opinião pode mudar em 4 anos né?), mas praticamente todos os que precisei de algo foram bem gentis e solícitos.
Agora, a danada da bur[r]ocracia...
Vocês já sabem que Bruno e eu quase não chegamos aqui por conta da imensa demora em receber nossos vistos, culpa da burocracia coletiva e da burrice individual do Sr. Koch (mais conhecido como bacilo de Koch, ou Mr. Cock, para nós que o a-ma-mos). Mas, enfim... chegamos. Agora é só passar pelo processo de permissão de residência.
Pra vocês entenderem o processo: o visto que a gente recebe da imigração serve apenas pra entrar no país. Quando a gente chega aqui, tem que ir na prefeitura da cidade onde estamos morando pra fazer o registro. Depois, vamos até a Imigração pra comprovar que fizemos o registro e entregar outros documentos e enfim dar entrada no processo de permissão de residência. Ao fim do processo, que dura até 6 meses, eles te entregam uma identidade holandesa que, enfim, vai permitir que você more aqui por até 1 ano. A cada ano, ela deve ser renovada e a gente paga de novo a taxinha camarada de €188 (é por isso que a rainha é tão rica...). Detalhe básico: no primeiro ano em que você está com a permissão, estão incluídos os 6 meses do processo, quando na verdade você ainda NÃO a tem e não pode nem sair do país. É bem legal...
Enfim, a gente achava que já estava na fase de apenas esperar por 6 meses, afinal nossos documentos estavam todos em ordem etc.
Daí, dia desses, recebi uma carta da Imigração (IND), me pedindo um documento que comprove que eu estou registrada na prefeitura como marida de Bruno. Idiotice, pensei: nós mostramos a certidão de casamento tanto na prefeitura como no IND e, pra falar a verdade, se eles não soubessem que a gente é casado, como é que me deram o visto, no começo de tudo?
Mas, lá fomos nós na prefeitura, pedir o danado do documento. Chegando lá, descobrimos que eu não estou registrada como casada com Bruno, simplesmente porque eles precisam de autorização DO IND pra fazer isso.
Como assim? Quer dizer que o IND tá pedindo um documento que vocês só podem dar com a autorização deles?
A moça que nos atendeu, caboverdeana de nascença, mas criada aqui, que adorou falar com a gente em português (e adora as novelas brasileiras), achou muito difícil nos explicar o problema. É que o IND tem muitos departamentos... Um deles precisa reconhecer o casamento, pra mandar uma carta pra prefeitura, pra prefeitura emitir esse documento que precisamos, pra finalmente a gente mandar pro departamento que me mandou a carta.
Quanto tempo demora pra reconhecerem nosso casamento? Até 2 meses.
Quanto tempo temos pra mandar o documento solicitado? 6 semanas.
Fala sério... Daí ela ligou pra lá e eles prometeram fazer o possível pra reconhecer o casamento em até 4 semanas. Favorzão deles hein?
Agora, sério: se não é porque eu tô casada, porque caralho-de-asa o IND acha que eu estou aqui? Pra escrever um blog?
* Falando em novelas brasileiras, outro dia a secretária do dpto. De História veio pedir a Bruno informações sobre um seriado brasileiro que fez um sucesso estrondoso na Holanda: Malu Mulher, com Regina Duarte... conhece?
Marido, como gente boa que é, avisou: olha, o seriado pode ter sido bom, mas a Regina...
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Menu de Cervejas - BAVARIA
Quando e onde: Holanda, desde 1719
Teor alcóolico: só 5,0%
Sabor: Bem leve.
Preço: É baratinha, féra.
Dá pra comprar um monte de packs de latões e garantir o fim de semana.
Update: Como bem lembrou Mila, a Bavaria é ainda uma cerveja com utilidade pública. Vem com o número de tele-taxi que vale para toda a Holanda no "verso" da lata. Porque voltar pra casa bêbado de bicicleta não rola né pessoal?
* E dá pra acreditar que dia desses fomos pra um "drink" de aniversário marcado pra começar às 18h45 e acabar às 19h45? E dá pra acreditar que foi pontual?
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Menu de Cervejas - PALM
Teor alcóolico: 5,4%
Sabor: Forte (em comparação com nossas brasucas), mas muito gostosa.
Preço: Meio cara. €2,00 por 6 garrafas long neck pequenas (algo como metade de uma normal), em promoção (preço em supermercado não tão caro).
Dá pra tomar de guti-guti e depois se lascar porque tem um alcoolzinho a mais do estou acostumada...
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Cadê o calor?
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Ai que calor!
Nossa senhora, esse lugar está ficando tão quente!!! Média de 12 graus, vê se pode?!
Tudo bem, tudo bem... sei que estou cometendo uma bela de uma heresia... Mas é que ainda tô impressionada.
Sábado fomos à feira (adoro!), comprar coisinhas que precisamos pra casa nova. Daí, a surpresa: não era o sol, ou o céu azul, isso tem com freqüência. Era o fato de a gente conseguir SENTIR o sol. Isso faz toda a diferença, acreditem.
No dia anterior estava quente, fui comprar comida e voltei suando, com o casaco que costumo usar em dias mais frios. Mas nesse sábado rolou sol queimandinho e aí... algo que eu nunca tinha visto aqui.
A feira tava vazia, os holandeses tinham muito o mais o que fazer com sol dando pinta por aí do que comprar coisas. Os cafés, em compensação... lotados! E não dentro deles, que isso é comum...
As cadeiras que geralmente ficam congelando do lado de fora foram poucas. Os gringos ficaram ombro a ombro sem nenhuma cerimônia, amontoados, lagarteando em busca de um solzinho. Até ofendia a visão, tão reluzentes.
E era um tal de tomar café gelado, sorvete na beira do canal. Sorvete aqui se toma no frio também, mas na beira do canal durante o frio é coisa de doido né?
Gente de casaco aberto, de camiseta (!), de óculos de sol (!!!). Aqui é claro, mas usar óculos de sol no inverno é praticamente uma ofensa coletiva. Vi até gente dançando ao som dos músicos de rua.
E eu? Bem, eu fiquei feliz de finalmente poder sair de casaco aberto também, me achando toda "mitida" sentindo calor. Comprei logo um casaquinho mais leve e esses dias saí só com ele, mais feliz ainda de aos poucos ficar menos fofolete.
Agora só falta me acostumar com outra coisinha que esse calor vem trazendo... dias mais longos: quando chegamos aqui, escurecia lá pras 17h, muitas vezes antes. Mas certamente não passava disso. Agora o sol tá se pondo já perto das 18h e escurece ainda mais tarde. Resultado: acostumada a só jantar depois de ter escurecido há um tempo, quase matei marido de fome dia desses...
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Carnaval, carnaval...
Daí, percebemos que os holandeses no carnaval realmente se soltam mais. Parecem aquelas boyzinhas de Recife, que passam o ano inteiro se reprimindo ou fazendo c* doce pra chegar em Olinda no carnaval, soltar a franga e beijar de 30 a 40 desconhecidos diferentes.
Dá pra ver isso já no trem. Os vagões geralmente bem silenciosos estavam barulhentos, cheios de gente fantasiada tomando cerveja. Na estação, ainda mais fantasiados. Logo que saímos pra ir à Praça Central, calçadas cobertas de confetes e serpentina. Me senti bem.
Quase 100% das pessoas estavam fantasiadas. Muitas com cachecóis (a cidade é mais fria que a nossa e tinha nevado no dia anterior) e vários outros apetrechos nas cores da cidade: amarelo vermelho branco. E sapos, vários sapos, que são o símbolo do carnaval. A cidade até muda de nome no carnaval: passa a se chamar Oeteldonk.
Íamos encontrar um casal conhecido de Bruno: um recifense amigo de amigos meus e que já foi até me festa lá em casa, do qual eu não lembrava (nem ele lembrava de mim, mas lembra da festa); e uma holandesa. Quando fomos procurá-los, eu achei que devíamos seguir o fluxo e fomos parar numa rua lotada tipo Olinda, empurra-empurra, tudo me fazendo sentir em casa.
Finalmente conseguimos sair e achamos a Praça Central. Logo no comecinho da Praça, um sambão. Mesmo. As gringas tentando sambar. Quis entrar no meio, mas fomos encontrar o pessoal. Encontramos e fomos passear.
Pra beber, você tem que entrar nas festas ou nos bares. Pra fazer xixi, também. Muita burocracia. Carnaval sem cerveja, francamente... Já não basta estar frio...
Mas a festa é ótima. As pessoas ficam super animadas. Nas festas tem jovem velho criança, tudo junto. Tem várias bandas tocando nas ruas: fanfarras batucadas sambas. Tem muitas semelhanças da música que eles tocaram aqui com as batucadas brasileiras. Nas festas fechadas, músicas tradicionais holandesas. Foi a primeira vez que ouvi música holandesa aqui. No geral, eles costumam ouvir música americana, ou da modinha (leia-se hip hop), ou dos anos 80.
No fim, saí de lá feliz. Não é a mesma coisa, nem é pra ser. Meu carnaval vai ser sempre o de Pernambuco. Mas deu pra matar um pouquinho a vontade. Ano que vem vou de novo, e fantasiada.
*Mais fotos do carnaval no meu flickr (http://www.flickr.com/photos/larissardm/)
Nieuw Huis
Eu estava super ansiosa pra me mudar. Estávamos num quarto da Guesthouse da Universidade desde que chegamos. O esquema é o seguinte: um antigo casarão foi todo recortado em apartamentos. Cada apê tem de dois a quatro quartos, que dividem o banheiro e a cozinha do apartamento. Nós éramos responsáveis pela limpeza do quarto, a administração era responsável por limpar os ambientes comuns e trocar nossos lençóis uma vez por semana. Mas não era bem assim que acontecia. Convenhamos: limpeza européia não é bem o que os brasileiros tomam por higiênico. Depois de tanto eu reclamar na administração, na nossa última semana o apartamento foi limpo duas vezes e a mulher que cuida disso ainda foi lá me perguntar se estava tudo certinho.
Quem ganhava com isso era o espanhol que dividia o apê com a gente. Gente boa, mas meio sujinho e fumante de um cigarro poooooodre. Além disso, outras questões: falta de privacidade, dividir um frigobar, internet instável e só na cozinha...
A cada dia que se aproximava a mudança eu ficava mais feliz. Dia anterior, fomos checar a previsão do tempo: frio e chuva. Ótimo, dizem que chuva traz felicidade. Mas não choveu e a frieza mesmo foi a do caretaker (uma espécie de síndico-zelador) que nos entregou as chaves e só, quando deu uma recepção bem melhor aos outros novos moradores. Beleza, nada vai alterar meu bom-humor.
Quando chegamos no apartamento, o antigo morador tinha deixado as panelas (o apartamento com móveis, pratos e panelas) SUJAS. Mas não eram pouco sujas, era inutilizadas. Uma estava toda queimada de pipoca e com os restos das ditas-cujas. O chuveiro não estava pregado na parede e uma gaveta da cozinha estava quebrada. Putz!!!
Me preparei pra briga! Mas o caretaker teve a oportunidade de se desculpar por ter nos recebido rapidamente (era um dia muito ocupado, sei...) e nos deu um jogo de panelas novinho em folha, consertou o chuveiro e prometeu consertar a gaveta em breve.
Ok, agora eu posso finalmente ver o que o apartamento traz de bom pra mim. Ele é um apartamento também da universidade, onde geralmente ficam acomodados os estudantes internacionais. Aqui é a Babel.
Pontos negativos: longe do centro, bem caro. Pontos positivos: SUPER mais espaçoso que os apartamentos geralmente oferecidos a estudantes, não tão mais caro assim que outros bem menores, mobiliado, com internet e o caretaker tem que resolver tudo o que quebrar por aqui.
Além disso: um espaço todo só pra nós! Agora podemos receber os amigos pra uma farra, colocar mais cerveja no frigobar, comprar mais comida, arrumar o espaço e, aos poucos, fazer nossa casinha ficar mais aconchegante e mais nossa...